Tony Iommi bateu um papo com a Loudwire, falando especificamente sobre a "era Dio" do Black Sabbath, cujos dois clássicos álbuns - "Heaven and Hell" (1980) e "Mob Rules" (1981) - serão relançados em versões remasterizadas e expandidas:
Iommi
começou contando quando ouviu Ronnie James Dio pela primeira vez: "Foi no Rainbow -
provavelmente o primeiro álbum do Rainbow. Achei que era muito bom e Ronnie
tinha uma grande voz", e depois conta se chegou a pensar em tê-lo na banda
algum dia: "Antes de Ronnie entrar, eu estava desanimado com tudo, estava
frustrado e queria trabalhar. Conheci Ronnie numa festa e conversamos sobre
montar um projeto juntos. Então eu estava prestes a fazer algo com ele e quando
Ozzy saiu eu disse pros outros caras 'Por que não tentamos Ronnie?' Nós o
trouxemos para um ensaio e funcionou'.
Em seguida,
Iommi fala das dificuldades iniciais de ter um norte-americano no grupo.
"Éramos conhecidos como uma banda britânica, mas quando ouvimos Ronnie
pensamos 'Esse é o cara'. Mas tivemos muitas barreiras a transpor com ele.
Todos conheciam Ozzy e nunca tínhamos trabalhado com outro cantor, então trazer
outra pessoa foi um grande desafio. Querer que os fãs aceitassem Ronnie foi
outra dificuldade. Don Arden, nosso empresário na época, era contra Ronnie na
banda, ele dizia 'Vocês não podem ter um anão cantando no Black Sabbath', e eu
respondia 'Ele tem uma grande voz, está funcionando com que estamos fazendo', e
por isso acabamos dispensando Don".
Depois de explicar que Geezer estava meio
ausente por motivos pessoais e que a entrada de Ronnie deu um gás na banda,
fazendo com que ele e Bill Ward tivessem que "trabalhar mais
intensamente", Iommi fala da diferença de estilo entre o Sabbath com Ozzy
e com Dio: "Foi difícil para Ronnie assumir o posto no Sabbath, ainda mais
substituindo alguém como Ozzy, que era um showman. Ronnie estava mais para um
vocalista profissional e Ozzy mais para algum tipo de animador de
plateia".