Convocada para substituir Megadeth, cujo líder Dave Mustaine foi diagnosticado com câncer na garganta, banda de power metal alemã voltará ao Brasil, país onde já tocou 42 vezes.

O Brasil definitivamente não é um território desconhecido para o Helloween, uma das mais influentes bandas de power metal de todos os tempos. Foram 42 shows por aqui, de Rio Grande do Sul ao Amazonas, passando por Ceará e Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná. Por isso, ao receberem um chamado, às pressas, para substituir o Megadeth, conta o baixista Markus Grosskopf, a resposta foi simples.

"Pensamos: 'Por que não ir?'", conta o músico alemão, em entrevista exclusiva à Rolling Stone Brasil, por telefone.

Dessa vez, contudo, o Helloween estava em meio a um processo de composição de novo disco, o sucessor de My God-Given Right (2015), mas as circunstâncias colocaram o Brasil de novo no caminho do grupo que ajudou a estabelecer o termo "power" dentro do ambiente do metal, ao acelerar a velocidade do combo de vocais agudos e guitarras pesadas.

Em 17 de julho, Dave Mustaine, vocalista do Megadeth, anunciou que havia sido diagnosticado com câncer na garganta. A banda tinha alguns shows marcados para 2019, inclusive no Brasil, e todos estavam suspensos. Quando Mustaine precisou realmente se afastar dos palcos, as apresentações no País foram canceladas. Aí chegou a vez do Helloween.

Serão 5 shows no Brasil. A começar pelo Rockfest, realizado no estádio Allianz Parque, em São Paulo, ao lado de Scorpions, Whitesnake, Europe e Armored Dawn, no dia 21 de outubro. A banda depois seguirá para Uberlândia (Arena Sabiazinho, dia 23 de setembro), Brasília (Estádio Nilson Nelson, dia 25), São José (Arena Petry, dia 28), Porto Alegre (Gigantinho, dia 1º de setembro).

A turnê chegará ao fim no Rock in Rio, na noite dedicada ao heavy metal, que terá Iron Maiden, Scorpions, Sepultura, Slayer, entre outros, no dia 4 de outubro.

"Eu sinto muito por Dave Mustaine", diz Grosskopf. "É um sentimento duplo, porque estamos indo para o Rock in Rio, mas por um motivo triste. Realmente fico triste por ele."

O Helloween tinha outros planos para o final de 2019. Um disco ao novo disco ao vivo estava em preparação para ser lançado em outubro - e se mantém - e também estavam em estúdio para produzir um novo álbum de estúdio.O último foi adiado para que a vinda ao Brasil pudesse ser concretizada.

"Nossa ideia era estar em estúdio para trabalhar em um disco. Mas tivemos que reagendar essas datas em estúdio para ir até o Brasil. Depois, voltaremos a trabalhar no álbum", ele conta. "Em setembro, faríamos o processo de reunir o repertório que tínhamos, e ficaríamos no estúdio para trabalhar essas ideias, ver se há algo de bom. Ficaríamos de dois a três meses nesse processo."

Ele segue: "De qualquer forma, quando você é convidado para o Rock in Rio, para uma turnê com Scorpions, Whitesnake, Europe, a gente não pensou duas vezes."

O Helloween vem ao Brasil em uma fase particularmente boa para a banda, já que o grupo iniciou um período de redescobrimento ao ter, novamente no line-up, o cantor Michael Kiske e o guitarrista Kai Hansen, na turnê que ganhou o nome de Pumpkins United.

Agora um septeto, o grupo alemão tem tocado por toda a Europa e irá lançar um registro desse show no dia 4 de outubro, segundo diz o anúncio no próprio site da banda - curiosamente, é a mesma data da apresentação no Rock in Rio.

"Tem sido um processo divertido, de muito ensaio. Fazemos tudo isso com intervalo. Temos duas semanas de ensaios, tiramos outras duas ou três semanas de descanso. Se fizer tudo isso direto, você enlouquece. Fomos passo a passo, sem querer exagerar na dose de ensaios", conta Grosskopf.

O baixista comemorou a aceitação do público para a volta de Michael Kiske e Kai Hansen. "Foi algo bastante emotivo. Fizemos grandes shows, as pessoas estavam felizes. Mal posso esperar para levar essa energia para o estúdio."

Kiske e Hansen, aliás, devem estar no novo álbum preparado para 2020. "Uma boa música do Helloween precisa ter um refrão bom, tem que mostrar bem o uso das três guitarras, algo que seja típico, mesmo. Ah, claro, tem que ter uma grande linha de baixo", encerra o baixista.

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